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Não consigo memorizar o que eu estudo: entenda o porquê e aprenda soluções

“Não consigo memorizar o que eu estudo!”

Muitos estudantes em diferentes momentos da vida dizem essa frase, principalmente quando estão estudando um volume grande de matérias como no casos dos concursos públicos

De tempos em tempos, a ciência descobre coisas novas sobre o cérebro e memória. Mas um fato é que muitas pessoas lutam para lembrar das coisas e usam várias maneiras diferentes para isso. 

Você está sempre esquecendo parte do que estuda? Continue lendo e entenda o que realmente acontece no cérebro e algumas dicas para você tornar a frase “não consigo memorizar o que eu estudo” cada vez mais rara na sua rotina de estudo.

Motivos que fazem a nossa memória ser ruim

A memória de cada pessoa é diferente. Nenhum ser humano tem uma memória perfeita. De fato, mesmo quem acha que sua memória é perfeita, as chances são de que ela não seja. 

Então a reclamação “não consigo memorizar o que eu estudo” é muito mais comum do que as pessoas imaginam.

Para entender o porquê dessa diferença, precisamos, primeiro, saber como nos lembramos das coisas.

Como funciona a memória

A memória humana é complicada. Por exemplo, pense como você se lembra de imagens visuais. Parece simples, você vê alguma coisa e lembra dela. Mas, como a Scientific American aponta, é muito mais complexo que isso:

Memórias de imagens, visuais, (por exemplo, pratos de jantar) são armazenadas no que é chamado de memória visual

Nossas mentes usam a memória visual para executar até mesmo o mais simples dos cálculos; também para lembrar o rosto de alguém que acabamos de conhecer, lembrar que horas foi a última vez que olhamos as horas etc.

Memórias como a comida do jantar são armazenadas na memória visual de curto prazo — particularmente, em um tipo de memória de curto prazo, muitas vezes chamada de “memória de trabalho visual”. 

A memória visual é onde imagens visuais são temporariamente armazenadas enquanto sua mente trabalha outras tarefas — como um quadro branco no qual as coisas são escritas e depois apagadas.

Então, por que não consigo memorizar o que eu estudo? O que faz com que essas memórias permaneçam e não sejam apagadas do quadro branco? 

De acordo com um estudo do MIT, a diferença entre manter ou apagar uma memória pode ser simplesmente se uma imagem é significativa e se podemos relacioná-la a outro conhecimento. 

Se você puder conectar uma imagem a outra coisa, isso aumentará muito as chances de você se lembrar mais tarde. 

Aprender e memorizar estão muito relacionados ao contexto do aprendizado. É por isso que, como aponta o The Atlantic, o reconhecimento de padrões é fundamental para uma boa memorização. 

Essencialmente, quanto mais conexões uma nova memória tiver no cérebro, mais provável será que você se lembre dessa informação. O mesmo processo básico acontece com a maioria das memórias.

Sob a superfície, estão acontecendo todos os tipos de coisas no cérebro. O site How Stuff Works explica isso muito bem:

Os especialistas acreditam que o hipocampo, juntamente com outra parte do cérebro chamada córtex frontal, é responsável por analisar as entradas sensoriais e decidir se vale a pena guardar uma lembrança. 

Se sim, elas podem se tornar parte da memória de longo prazo. Os pedaços de informação são então armazenados em diferentes partes do cérebro. 

Como esses pedaços são identificados e recuperados posteriormente para formar uma memória coesa, no entanto, ainda não é algo conhecido.

Para codificar corretamente uma memória, primeiro é necessário prestar atenção. Como não podemos prestar atenção em tudo o tempo todo, a maior parte do que vemos todo dia é filtrada e apenas alguns estímulos passam pela percepção consciente.

O que se sabe é que como prestamos atenção à informação pode ser o fator mais importante em relação a quanto realmente memorizamos.

O fato é que a ciência ainda está aprendendo sobre a memória humana. Por que nos lembramos de certos detalhes e de outros não ainda é um mistério. 

Mas é fato que quanto mais conexões criamos em volta de algo, maior as chances de memorizar aquilo.

A memória falhar é normal

Todos nós temos momentos em que nos esquecemos de um detalhe ou até mesmo os relembramos completamente diferentes da realidade. A razão é bem simples: nossa memória nem sempre é confiável.

Memórias são alteradas por todos os tipos de coisas e a nostalgia tem um papel importante na forma como nos lembramos. De acordo com a revista Scientific American, é surpreendentemente fácil injetar falsas memórias nas pessoas. 

O mais chocante, porém, é a frequência com que estamos errados sobre os detalhes que nos “lembramos”. 

Por exemplo, o depoimento de testemunhas oculares é notoriamente pouco confiável após um trauma, e, como a The Smithsonian Magazine aponta, a memória dos principais eventos de nossas vidas é consistentemente imprecisa:

A maioria das pessoas tem as chamadas “memórias de flash” de onde estavam, e o que estavam fazendo, quando aconteceu algo importante como o atentado de 11 de setembro e a conquista do Penta Mundial do Brasil no futebol. 

Mas, por mais claras e detalhadas que essas memórias nos pareçam, os psicólogos e pesquisadores quase sempre descobrem que são surpreendentemente imprecisas.

Não são apenas eventos traumáticos que fazem com que nossas memórias falhem. Um estudo no Journal of the Association for Psychological Science aponta que a própria recordação das lembranças aumenta as distorções delas ao longo do tempo. 

Ou seja, quando você se lembra de algo, na verdade está mudando ativamente aquela lembrança. Interessante né?

Em parte, isso tem muito a ver com uma ampla variedade de vieses de memória que “colorem” as maneiras pelas quais nos lembramos de algo. 

Do efeito de positividade, onde tendemos a lembrar o positivo em detrimento do negativo, ao viés egocêntrico, em que nos lembramos de sermos melhores do que somos. 

Estamos constantemente mudando as lembranças de uma maneira que beneficie a maneira como nos vemos. Ou seja, confiar na própria memória nem sempre é a melhor saída.

Por exemplo, um estudo publicado no Journal of Experimental Psychology mostrou que tendemos a pensar que nos lembraremos de algo importante mais do que realmente lembraremos. 

Alguma vez você deixou de escrever uma ideia brilhante porque ela era tão boa que você achou que nunca a esqueceria? 

O resultado disso muitas vezes é que você a esquece rapidinho. Isso acontece na melhores famílias, e é porque somos excessivamente confiantes em nossa capacidade de lembrar.

Felizmente, como na maioria de nossos preconceitos, a melhor maneira de realmente contra-atacar um ponto fraco é saber que ele existe. 

Saber que sua memória não é perfeita significa que você prestará mais atenção a essas imperfeições no futuro.

O que fazer para melhorar a memorização

Quer riscar a frase “Não consigo memorizar o que eu estudo” da sua vida? Melhorar a memória é possível, apesar de todos esses desafios que descrevemos.

De fato, embora existam algumas técnicas comprovadas para ajudar a reter informações, melhorar a memória depende tanto do estilo de vida quanto de qualquer outra coisa. Aqui vão algumas dicas:

Tenha uma rotina de exercícios físicos regulares

Vários estudos comprovaram que a atividade física afeta o cérebro de várias maneiras positivas, e uma delas é o estímulo à memória.

Um artigo do jornal americano New York Times explica algumas conclusões a que as pesquisas chegaram sobre esse assunto:

“O que toda essa nova pesquisa sugere é que para ter uma saúde cerebral mais robusta, é aconselhável incorporar treinamento aeróbico e de resistência. Parece que cada tipo de exercício visa seletivamente diferentes aspectos da cognição. Provavelmente, provocando a liberação de diferentes proteínas no corpo e no cérebro”, explica Teresa Liu-Ambrose, professora associada do Centro de Pesquisa do Cérebro da Universidade da Colúmbia Britânica.

Essencialmente, o exercício melhora as funções cognitivas e, quando isso acontece, aumenta o armazenamento e a recuperação da memória. 

Basicamente, quanto melhor for o seu hábito de se exercitar, melhores serão as chances de se lembrar de algo.

Valorize suas noites de sono

O sono desempenha um papel importante na memória e as pesquisas nesse campo de estudo são frequentes.

Outro artigo da The New York Times explicou a importância do sono para conseguir memorizar o que você estuda.

Segundo a matéria, noites de sono ruim afetam processos mentais como aprendizado, memória, julgamento e solução de problemas.

Enquanto dormimos, novos caminhos de aprendizado e memória são codificados no cérebro, e é necessário sono adequado para que eles funcionem da melhor maneira possível. 

Pessoas bem descansadas são mais capazes de aprender uma tarefa e mais propensas a se lembrar do que aprenderam. 

O declínio cognitivo que muitas vezes acompanha o envelhecimento pode resultar em parte do sono cronicamente ruim ao longo da vida.

Utilize técnicas de memorização

Nossa memória não é perfeita, certamente, mas você pode ter o melhor desempenho possível que ela é capaz de atingir. Basta estimulá-la constantemente com algumas técnicas durante seus estudos.

Alguns exemplos de técnicas de memorização são:

Mapa mental: é a associação de informações que permite criar um desenho visual com as palavras chave a cerca de um conceito. Os mapas mentais são muito úteis para estudar matérias teóricas com muitos nomes e datas.

Estudo mnemônico: lembra quando você aprendeu na escola a ordem dos planetas do sistema solar? “Minha Velha Traga Meu Jantar: Sopa, Uva, Nozes, Pão”. Essa é uma estratégia mnemônica que consiste em criar frases ou siglas para memorizar conceitos. Uma estratégia útil para guardar a que se refere uma lei do Código Penal, por exemplo.

Associações visuais: associe as informações de estudo a uma imagem visual para conseguir memorizá-la e se lembrar facilmente depois. Conecte a informação a um atributo físico, por exemplo, que seja familiar ao contexto para criar as associações.

Memorize através de exercícios: para a parte teórica você tem o mapa mental, mas e para guardar fórmulas matemáticas? Fazer exercícios é a melhor maneira de memorizá-las. Isso porque colocando a fórmula em prática você reforça o entendimento dela e aprende a retirar os dados de texto para chegar na resposta.

Planeje revisões: essa não é exatamente uma técnica, mas a revisão das matérias ajuda a repetir o aprendizado dos conceitos e essa é uma ferramenta antiga, mas muito efetiva, para estimular a memória. 

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Um abraço, Tiago Ribeiro Neves.

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